15 Literais Minutos de Fama
Por alltype
Os grandes hits estão cada vez mais raros no show business. A arte nunca foi tão descartável e rápida quanto é agora. Qualquer um pode estourar da noite para o dia por causa de uma piada engraçada, uma frase de impacto, uma música boa, uma música ruim, um tweet trolando algum time de futebol ou até por dançar “Metralhadora” de forma sensual. A mensagem será viralizada, infestará os grupos de whatsapp, os feeds de todas as redes sociais e alguns dias depois já não será mais lembrada por ninguém.
De Luísa que estava no Canadá ao Harlem Shake a pressa de hoje não perdoa nada. O mesmo elevador que leva alguém aos louros da fama, despenca em queda livre. Ter seus 15 minutos de fama nunca me pareceu tão literal quanto hoje em dia. E cabe a nós, pessoas que dependem da comunicação para pagar suas contas, tirar desse mundo louco algumas lições importantes. Qual a melhor forma de aproveitar a velocidade estonteante de acontecimentos? Jogar fora os planejamentos anuais de comunicação e pensar no curto prazo? Rasgar as matrizes SWOT e deixar a sensibilidade ditar o tom das decisões? Abandonar a comunicação off-line e direcionar todo o investimento para ações de internet? São perguntas que não possuem exatamente uma resposta, mas que me levam a algumas pequenas conclusões:
A fama se tornou democrática, a admiração muito mais efêmera, o sucesso mais oportunista, o desapego um caminho natural, a mensagem mais importante que seu autor e um bom conteúdo a única maneira de ter visibilidade de forma positiva e um pouco mais durável.
Aquela música que já foi a mais tocada e embalou uma festa de dez anos atrás, possivelmente, não será mais ouvida. Por outro lado, uma letra genial, embora possa levar anos para ganhar visibilidade, certamente atravessará gerações. Ter capacidade para criar “estouros descartáveis” atrai os holofotes. Compor “grandes clássicos” é a única forma de criar um posicionamento de marca consistente.
É bom que nós, profissionais de comunicação, estejamos todos muito bem preparados para saber fazer, e muito bem, as duas coisas.
LEONARDO PENNA